«Aos quatro anos, mais de 90% das crianças já consome sal a mais». Quem leia isto pode pensar: deve ser nos EUA... Não, é mesmo em Portugal. A conclusão é de um estudo da Universidade do Porto, sobre gerações nascidas depois de 2005. "Mais de metade destas crianças (52%) consumem refrigerantes e néctares
diariamente e 65% comem bolos e doces pelo menos uma vez por dia. A
agravar, quase três quartos ingere snacks salgados (pizza, hambúrguer,
batatas fritas e outros snacks de pacote) entre uma a quatro vezes por
semana. O refrigerante mais consumido é o ice-tea, com um quinto das
crianças nesta idade a consumir esta bebida todos os dias.", dizem os responsáveis do estudo ao Público.
A educação para uma alimentação saudável parte sobretudo da família, mas também das escolas. Por exemplo, porque não encontramos fruta à venda em escolas e universidades mas com tanta facilidade refrigerantes e comida empacotada? No entanto, também me preocupa um pouco o discurso sobre a obesidade e as escolhas alimentares, que implicam não só menos saúde mas também gastar mais dinheiro, que muitas vezes é algo paternalista e moralista, para não dizer elitista. Na minha visão, ninguém é ninguém para condenar os outros nas suas escolhas, quando temos uma qualidade de vida cada vez pior, com horários de trabalho cada vez maiores, rendimentos menores e muito pouco tempo para a família. Porque não é só uma questão de escolha entre comer pão de compra ou fazer o pão em casa, compota com pouco açúcar, iogurte caseiro, comprar peixe fresco, fruta fresca etc etc. É sobretudo uma questão de tempo e isso não abunda. É por isso que acho os Portugueses extraordinários e principalmente as mulheres e mães deste país. A única coisa que podemos fazer é continuar a espalhar a informação e a simplificar o que é comer de forma saudável. O projecto da Universidade do Porto transformou as conclusões do seu estudo num útil e belo manual para todos:
Guia Da Mesa à Horta |
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