A Sónia “marmita” há tanto tempo quanto trabalha: há sete anos. “Na altura, trabalhava no Chiado e bastou-me um mês para perceber que almoçar e lanchar fora todos os dias estava fora de questão. A partir daí juntei-me ao ‘gang da marmita’.”
Por isso, acha que não é propriamente uma moda: “acho que já existe há alguns anos. Sempre vi os meus pais a levar marmita para o trabalho. E até nem era por uma questão monetária mas porque entendiam que comiam melhor se levassem almoço caseirinho todos os dias”.
Leva almoço quase todos os dias. Normalmente, faz jantar a mais a contar com o almoço do dia seguinte. Acha que para comer aquecidas, são melhores as “receitas de massa (estilo carbonara e lasanhas), pratos de arroz, almôndegas, lombos de peixe com legumes, rolo de carne”. À excepção da “massa folhada e afins que perdem um pouco a graça quando aquecidos no microondas”, vale quase tudo. A versão estival passa para saladas e deixa o segredo: “não trazer temperadas de casa e temperar apenas no momento de comer”.
Quando não faz jantar, leva “sopa (tenho sempre no congelador) e fruta, e eventualmente compro qualquer coisa no café da frente só para tapar o buraco”. O saco veio do Harrod’s, em Londres e, segundo a própria, “é lindoooooo! É de um material plastificado para se poder limpar e tem desenhado o mapa de Londres, com os seus autocarros vermelhos e os pontos mais icónicos da cidade”. Além das tupperwares de diferentes tamanhos (com o almoço, com fruta, com gelatina, etc.), também leva “iogurtes, pacotes de bolachas, barras de cereais, chá (juntámos várias colegas e comprámos uma chaleira eléctrica em conjunto para podermos beber cházinho durante o dia)”.
Nos últimos tempos, mais colegas do Diário Económico se têm juntado ao gang e ela acha mesmo que “‘marmitar’ vai entrar no dicionário do dia-a-dia”. “Ao longo do tempo tenho reparado que o número de pessoas que ‘marmitam’ tem vindo a aumentar progressivamente. Creio que mais de metade das pessoas que trabalham na empresa trazem almoço de casa, o que é significativo se atentarmos no facto de que somos cento e muitos no total”. Na empresa, “temos uma sala de refeições, que dá para cerca de 30 pessoas (bem juntinhas). Temos frigoríficos e micro-ondas e uma pequena copa para podermos lavar a loiça”.
Mas o problema é que é muita gente a usar o frigorífico: “começa a tornar-se algo comum chegar-se ao frigorífico do trabalho e constatar que a minha comida desapareceu! E não sou caso único. Iogurtes, sumos, fruta, até almoços inteiros já 'voaram' misteriosamente das prateleiras”. Por isso, Sónia já joga na defensiva: evita deixar produtos de marca e os seus pratos com melhor aspecto à vista desarmada. “Os olhos comem e as mãos agarram-se a eles!”
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