Páginas

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Da Holanda com amor português

E os Portugueses espalhados pelo mundo, o que nos contam?

A Ana Luísa Silva vive em Leiden, na Holanda, e leva almoço para o trabalho desde que se mudou para esse país. Antes, em Portugal nunca levava almoço, “até porque os preços praticados na universidade não o justificavam: na cantina do IST o almoço era 1,80€, e na cantina de pós-graduação era 3,80€, com direito a pão, sopa, 4 pratos a escolha, bebida, sobremesa e café”. Depois, nos Estados Unidos, esteve “numa empresa com uma cantina fenomenal onde, por um máximo de 7 dólares, era possível escolher entre comida chinesa, sushi, italiana (pizzas ou pasta ou risotto), mexicana, carnes no forno, saladas, sandes de todos os tipos (tipo companhia das sandes), e fast food (hamburgers, philly cheese steak, etc)”. Barrigada só de pensar, digo eu.

Lancheira de um colega, a sandes com queijo holandês

Em Leiden, leva o almoço de casa sempre que pode, “nos dias em que na véspera, ao cozinhar ao jantar, faço o suficiente para o almoço”. Prefere isso a “comer uma sandes de queijo, uma sopa e uma água por 6€”. Nas cantinas do campus universitário, que se valem “dos estrangeiros e de quem se esquece de trazer almoço”, há pouca variedade e os preços são exagerados: “há sopas de pacote, sandes, e croquetes), uma sopa é 1€, uma sandes pode chegar aos 4€ e uma garrafa de meio litro de água 1,5€, mais caro do que os menus em restaurantes de fast food no centro da cidade”.

Como leva a comida? “Geralmente é um saco de plástico com um tupperware lá dentro que enfio na mala, e ponho no frigorífico chegando ao escritório”. A comida que fica melhor é a que “facilmente possa ser aquecida em microondas: arroz, massa, bifes, carne ou peixe assados, etc. Os fritos e panados (ou seja, coisas que não fiquem bem aquecidas no microondas) não ficam tão bem. Embora seja ideal para aquecer e para almoço, não costumo levar sopa, por medo que o tupperware possa verter”.

No seu escritório há uma mesa grande para refeições, “onde geralmente as pessoas se juntam para almoçar. Temos também um frigorífico para armazenar comida, microondas, mini-forno eléctrico e tostadeira, para que se possa aquecer a comida. Além do meu escritório há ainda um espaço maior, o do coffee break, onde também há frigorífico e microondas, e onde os estudantes de mestrado e licenciatura em estágio podem almoçar”.

A Ana Luísa diz que, na Holanda, cerca de 90% das pessoas leva comida de casa. “Até porque o almoço consiste maioritariamente em sandes de queijo, e os locais de trabalho estão preparados para isso. Não só é bem visto, como, para os standards holandeses é visto como um desperdício de dinheiro comprar sandes na cantina”.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Mimi, comenta aqui!!